top of page
Buscar

VISIONS IN THE DARK – POTÊNCIA POÉTICA E ENGAJADA

Atualizado: 19 de jan. de 2024



Dirigido pela cineasta porto-alegrense Flavia Moraes, Visions In The Dark traz temas e imagens tão poderosas que é impossível não se impactar com o que nos é apresentado. O documentário aborda as questões entorno da relação entre seres humanos e equinos, em especial, o cavalo de forma emocionada e política.


Uma série de depoimentos incríveis é iniciada por um senhorzinho chamado Monty Roberts (Treinador de Cavalos), que logo se transforma numa figura quase mitológica, contando como aprendeu a se comunicar com estes animais. Leigo como sou, a história me pareceu um tanto romantizada, apesar de belíssima. Até que o filme nos entrega a cena mais bela que vi nos últimos tempos, sobre respeito e confiança entre um humano e um cavalo selvagem. Flavia capta de forma poética, nos serve um verdadeiro banquete de imagens emocionantes, embalados por uma trilha sonora extremamente bela e bem executada junto a trama.


Luzes e cores trazem uma estética cheia de subtextos, desde cenas onde a iluminação nos mostra o cavalo como um ser divino até cenas lavadas de azul de maus-tratos desses animais em eventos que são mantidos por “tradição” em vários países. Esse inclusive é um momento bem doloroso, mas necessário que discutamos. A relação violenta entre homens e cavalos vem sido mantida a milhares de anos, desde quando começaram a utiliza-los em guerras como armas, uso a palavra “homem” e não “humano”, pois temos ali a diferença entre a paixão de homens e mulheres por cavalos, é muito interessante entender a diferença entre ambos e o paralelo que é feito entre o histórico de subestimação das mulheres e dos cavalos em um lugar de servidão para o homem.


Entre questões potentes cheias de densidades até relatos bem humorados, o filme entrega entretenimento e responsabilidade, para além, nos fala o tempo todo sobre igualdade, sobre a expectativa do ser humano com a vida do outro, percepções diferentes do que é considerado tradição hoje e como podemos gerar novas tradições, com mais consciência e compaixão entre todos os seres vivos.


 
 
 

Comments


bottom of page