top of page
Buscar

Atualizado: 19 de jan. de 2024



Dirigido pela cineasta porto-alegrense Flavia Moraes, Visions In The Dark traz temas e imagens tão poderosas que é impossível não se impactar com o que nos é apresentado. O documentário aborda as questões entorno da relação entre seres humanos e equinos, em especial, o cavalo de forma emocionada e política.


Uma série de depoimentos incríveis é iniciada por um senhorzinho chamado Monty Roberts (Treinador de Cavalos), que logo se transforma numa figura quase mitológica, contando como aprendeu a se comunicar com estes animais. Leigo como sou, a história me pareceu um tanto romantizada, apesar de belíssima. Até que o filme nos entrega a cena mais bela que vi nos últimos tempos, sobre respeito e confiança entre um humano e um cavalo selvagem. Flavia capta de forma poética, nos serve um verdadeiro banquete de imagens emocionantes, embalados por uma trilha sonora extremamente bela e bem executada junto a trama.


Luzes e cores trazem uma estética cheia de subtextos, desde cenas onde a iluminação nos mostra o cavalo como um ser divino até cenas lavadas de azul de maus-tratos desses animais em eventos que são mantidos por “tradição” em vários países. Esse inclusive é um momento bem doloroso, mas necessário que discutamos. A relação violenta entre homens e cavalos vem sido mantida a milhares de anos, desde quando começaram a utiliza-los em guerras como armas, uso a palavra “homem” e não “humano”, pois temos ali a diferença entre a paixão de homens e mulheres por cavalos, é muito interessante entender a diferença entre ambos e o paralelo que é feito entre o histórico de subestimação das mulheres e dos cavalos em um lugar de servidão para o homem.


Entre questões potentes cheias de densidades até relatos bem humorados, o filme entrega entretenimento e responsabilidade, para além, nos fala o tempo todo sobre igualdade, sobre a expectativa do ser humano com a vida do outro, percepções diferentes do que é considerado tradição hoje e como podemos gerar novas tradições, com mais consciência e compaixão entre todos os seres vivos.


 

O mais novo Longa dos Estudos A24 prometeu e entregou tudo!


Dia 17 de agosto estreia Fale Comigo, filme dirigido pelos gêmeos: Danny e Michael Philippou, famosos no youtube pelo RackaRacka, um canal que acumula mais de 1 Bilhão de visualizações. De youtubers a cineastas, essa mistura deu uma liga ótima, essa é a linguagem de Fale Comigo, mescla cenas extremamente bem filmadas e com essa linguagem bem fluida que a internet nos mostra.


O filme tem uma premissa nada inédita, adolescentes que se reúnem para “brincar” de falar com os mortos por meio de uma mão misteriosa com o poder de abrir um portal entre os dois mundos, vida e morte. Mas não se engane, o filme que a princípio parece mais um filme de jovens que entram em uma enrascada, Fale Comigo serve, além de entretenimento, várias camadas que podem ser analisadas de forma mais profunda, porém isso não impede que o expectador apenas aprecie um excelente filme de terror e ponto.


Segundo os irmãos Philippou, a ideia do filme veio após um deles presenciar um de seus vizinhos tendo uma overd*se enquanto os demais amigos riam e gravavam vídeos do momento sem pudor nenhum. Isso é bem explicito no filme quando olhamos por este ponto de vista. É como se os adolescentes do filme se reunissem para usar drogas e perdessem o controle. A sensação de “vai dar merd*” é latente em todo o primeiro ato do filme que traz os adolescentes já envolvidos nesse jogo macabro, até que um dia...


Outro ponto bem bacana do filme é a crítica social sobre a solidão, sobre o individualismo e a falta de empatia, é bem habilidosa a forma com que eles fazem esse paralelo com um tema tão importante e ao mesmo tempo entregar cenas assustadoras, tanto com relação aos mortos quanto sobre os personagens vivos que também são bizarros.


Uma atenção especial a atriz Sophie Wilde, que vive a protagonista Mia. Particularmente nunca havia visto nada dela e me surpreendi muito, em muitos momentos me lembrou as atuações magníficas de Toni Collette (Hereditário, Pequena Miss Sunshine) em filmes de terror. Sabe aquela pessoa que parece que nasceu para atuar em filmes de terror? É isso.


Fale comigo tem todo o jeitão de que abriu portas para um novo estilo de terror que com certeza vai fazer os amantes desse gênero pirar. O filme dispensa abusar de artifícios óbvios para assustar o expectador, muito além disso, os diretores chocam com cenas fortíssimas, sejam com seres sobrenaturais ou cenas de mutilações, mesmo que o filme nem flerte com o subgênero do terror chamado gore, onde a fonte da aflição são as cenas de sangue, vísceras e de extrema violência.


O filme chega as salas de todo o Brasil na próxima quinta-feira, distribuído pela Diamond Filmes. Ele promete revolucionar a forma com que nos apresentam o terror, bem no estilo A24, ganhadora do Oscar/23 de Melhor filme com Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo. Ao que tudo indica, Fale Comigo é o início de uma franquia de sucesso, já que os diretores confirmaram sua sequência, ainda sem data.


Sem sombra de dúvidas, esse é o terror do ano até o momento. Então, aos fãs de horror, tá aí uma boa dica de filme que vai te fazer sair do cinema impactado com o novo universo apavorante proposto pelos gêmeos que chegaram com tudo como diretores de cinema.

 



Se você é usuário de Tik Tok ou curte assistir Reels do Instagram você provavelmente já cruzou com esse vídeo dessas fofuras da boca suja. Trata-se de um recorte da comédia LOUCAS EM APUROS que estreia dia 3 DE AGOSTO nos cinemas, mas a partir do dia 20 DE JULHO já começam a pipocar sessões de pré estreia nas salas de cinema.


Estrelado pela indicada ao Oscar Stephanie Hsu (Tudo Em Todo o Lugar Ao Mesmo Tempo), além de Ashley Park (Emily Em Paris), Sherry Cola (Amor à Três) e Sabrina Wu (Doogie Kamealoha: Doutora Precoce), elas parecem ser grandes amigas à anos na vida real, tamanha a sincronia e química enquanto atuam com textos absurdos. Todas se destacam a ponto de não termos uma preferida, chegando a dar impressão até de que não existe uma protagonista.


Nesta terça-feira 11/07, na sessão de pré estreia presenciei algo inédito pra mim, pessoas literalmente gargalhando na sala de cinema enquanto assistiam a primeira exibição do filme em São Paulo. Escrito por: Cherry Chevapravatdumrong, Teresa Hsiao e Adele Lim (que também assina como diretora pela primeira vez), a comédia traz duas amigas, descendentes do leste asiático, que vão à China numa aventura bizarramente engraçada.


O filme não tem pudor algum e mesmo assim é uma ótima referência de como fazer uma comédia extremamente escrachada, suja e absurda, sem a necessidade de ofender outras pessoas. LOUCAS EM APUROS, brinca o tempo todo com estereótipos de pessoas asiáticas ou racializadas, como é o caso de uma das personagens que nasceu nos EUA e tem origem chinesa, tudo de uma forma engraçadíssima e responsável.


Apesar de tudo, temos momentos de reflexões sobre o racismo, o preconceito com imigrantes asiáticos e até cenas que vão nos comover bastante, graças a um plot twist que foi escrito de forma cirúrgica e acerta em cheio na amarração da jornada da personagem com o tema tão problemático.


Para quem curte comédias com situações absurdamente ridículas e extremas eu super indico este filme que te fará rir muito e se emocionar.

 
bottom of page