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Uns dias atrás ouvi da Psiquiatra Drª Ana Beatriz Barbosa esta frase “Depressão é Excesso de Passado”, em muitos momentos assistindo o Longa de Laurent Larivière, escrito em conjunto com o roteirista François Decodts essa era a frase que me vinha a cabeça.


O filme nos apresenta a protagonista Joan Verra (Isabelle Huppert) que se reencontra com uma grande paixão de sua juventude. Esse parece ser o mood de um romance, até mesmo de uma comédia romântica, mas não se enganem, as camadas da trama são reveladas de forma precisa, cada uma no seu tempo. A história é muito maior do que esse reencontro, é sobre uma vida presa ao passado.


Na cena de abertura temos a personagem principal num diálogo direto com o expectador, quebrando a quarta parede de forma espetacular, nos mostrando as nuances de Joan, numa prévia do que podemos esperar dessa personagem extremamente bem escrita.


A arte do filme trabalha sincronizada com a trama, a paleta de cores segue os sentimentos da personagem, trazendo a tristeza em cenas completamente azuis e o afeto em cenas rosas. Assim passamos quase todos os takes impressionados também com a arte que funciona impecavelmente.


Um dos pontos maiores, para mim, são os diálogos. Ao contrário da maioria dos filmes, ele se importa muito mais em trazer sentimentos do que informações, sejam elas sobre o passado ou o presente da protagonista. Mas não se preocupe, tudo é informado num timing perfeito, muitas vezes nos pegando de supetão com verdadeiros “golpes”.


Inclusive, com certeza, você não está preparado para a “facada” final, que faz o expectador sair da sala de cinema com um grande vazio. Muitas das cenas acabam tendo um significado muito mais forte quando entendemos toda a trama.


Então, o filme é impecável em tudo que se propõe a apresentar, se mostra um bom filme de drama com ótimas cenas de comédia, sem usar artifícios já meio batidos no Cinema. O arco dramático é impactante. Óbvio, Isabelle Huppert entrega tudo em mais uma atuação brilhante.


 

Atualizado: 4 de jul. de 2023


Sem sombra de dúvidas é o Longa nacional mais genial de 2023 até o momento.


Claudio Borrelli, apresenta seu primeiro longa como diretor, com Produção executiva de Fernando Meireles (Cidade de Deus, Domésticas, Dois Papas) o longa discute o Brasil através do pixo, URUBUS é potente em suas narrativas polêmicas. O tema é tratado de forma vigorosa e responsável, trazendo ao expectador uma visão mais profunda sobre os artistas da pixação, fala sobre a arte do pixo, em especial o grupo de artistas que invadiram a 28ª Bienal de São Paulo para uma intervenção artística cheia de cunho político.


O filme pulsa num lugar muito mais potente, além do episódio ocorrido em 2008 que levou a cultura da pixação para discussões ao redor do mundo.


Nos primeiros minutos o filme já nos é entregue o ritmo frenético e tenso da trama. Alternada com tomadas em P&B, a sequência de abertura é de tirar o fôlego, com uma execução extremamente bem feita, tanto fotográfica quanto de construção de cena mesmo.


Além da fotografia muito bem resolvida e com uma estética impecável o filme conta com cenas de ação magnificas filmadas com a técnica “shaky câmera”, aquela com imagens tremidas que acompanham o personagem de perto, trazendo imersão total da audiência.


Um outro item que impressiona são as atuações. O elenco é formado, praticamente todo, por não atores, em sua maior parte por artistas pixadores reais. A Preparadora de Elenco, Fátima Toledo, além do próprio Diretor, conseguem extrair performances que impactam e trazem veracidade nos diálogos. Deixa nula a sensação de “periferia pasteurizada” que costumamos ver em muitos filmes que falam sobre a cultura da quebrada.


É impossível não citar sobre as questões sociopolíticas exprimidas nessa história, um certo tipo de “aval da branquitude”, da “elite artística mundial” que dita o que deve ser considerado arte ou não, o que deve ser autorizado de sair de periferia e o que “deve” ser mantido na marginalidade.


O filme estreou na quinta-feira passada (01/06) e segue em cartaz em vários estados brasileiros.



 

Atualizado: 4 de jul. de 2023


Vamos lá, existem muitas coisas a serem ditas sobre o mais novo e aguardado Live Action da Disney A Pequena Sereia.

Desde o anuncio de seu lançamento, existia uma grande preocupação da produção do filme, existem uma série de problemáticas que não poderiam ser ignoradas nessa nova adaptação, afinal, estamos falando de uma animação lançada em 1989, inspirada em um conto de 1837. Com relação a isso saí do cinema com a sensação de que cumpriram a missão de trazer uma nova narrativa para os momentos da história que já não cabem mais.

A maioria das escolhas foram certeiras, principalmente a da atriz Halle Bailey que interpreta a Ariel, a protagonista que, além da voz absurdamente linda, traz para o espectador a sensação de que ela nasceu para “ser uma princesa da Disney”.

Já o príncipe Eric, interpretado por Jonah Hauer-King acaba sumindo bastante, talvez pela falta de carisma; Porém isso não interfere em nada no filme já que o foco desta nova versão não é a paixão platônica de uma sereia por um príncipe. O diretor Rob Marshall, sabiamente preferiu manter o foco numa Ariel independente, aventureira, apaixonada pelos universo dos seres humanos, o que torna a historia muito mais atrativa, além de anular narrativas machistas vindas das histórias anteriores. O Filme, definitivamente é sobre mulheres, a ponto de termos um Rei Tritão, Javier Bardem que apesar de cumprir seu papel de forma consistente, tem um destaque bem contido no longa.

Melissa McCarthy está ótima como Úrsula, temos uma versão um pouco mais “Freak” e menos assustadora comparada com a animação, mantendo a potência da personagem.

O roteiro do novo filme é muito mais elaborado, traz maior profundidade aos personagens secundários mostrando um backgroud inédito de personagens como o Príncipe Éric e a família real e até um grau de parentesco da Úrsula com um dos personagens.

Os números musicais são impecáveis, cheio de cores e com ótimos vocais, além da tecnologia usada para as cenas no fundo do mar que tem zero aquela aparência de “vídeo-game”, sabe?

Enfim, o filme super funciona e já mostra com números que se trata de mais um grande sucesso dessa safra de live action que a Disney está produzindo, faturando cerca de R$ 815,7 milhões, na cotação atual no primeiro final de semana de sua estreia.

 
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